por Natacha Cortêz

Ilustrada em aquarela, a personagem é a ferramenta de Evelyn pra gritar suas indignações

Para a paulistana Evelyn Queiróz, 24 anos, a arte tem a obrigação de dizer algo. "Jamais faria arte sem um estofo político." Ela conta que escolheu falar de amor, mas não o romântico, e sim o que trata de respeito e cuidado com o outro. "Todo o julgamento sobre o corpo feminino é falta de amor e respeito com o próximo, então é isso que eu mais quero comunicar."

Pra isso ela criou a Negahamburguer, uma garota inspirada em tantas outras, especialmente nas mais comuns, como a garota que você encontra no elevador quando sai pra comprar pão. Grafitada em muros ou colorida por aquarela e nanquim, a personagem é a ferramenta de Evelyn pra gritar suas indignações. 

"Eu era criticada por não ter cabelos longos, por não usar maquiagem nem salto. Já ouvi muito 'por que você não deixa seu cabelo igual ao de mulher?' Eu tenho barriga, não me depilo inteira... Aconteceu de ex namorado me pedir pra alisar o cabelo, pra eu deixar ele crescer, de reclamar que eu tava engordando", lembra a artista. 

Beleza Real

Evelyn tem um projeto para a Negahamburguer, o Beleza Real. Nele, ela retrata através de intervenções urbanas as historias que recebe. "São todas histórias reais, de gente que por culpa do padrão de beleza que é imposto já sofreu algum tipo de preconceito por ser gorda, magra, alta, baixa, negra, albina, ou qualquer outra condição linda que a nossa sociedade insiste em falar que não é bom ou bonito", conta. A ideia é transformar o projeto em livro o mais breve possível por meio de um financiamento colaborativo. Para ajudá-la e conhecer melhor o Beleza Real, vá por aqui: www.catarse.me/belezareal.

Vai lá: negahamburguer.blogspot.com.br

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