por Lia Bock
Tpm #119

Galã há quase 15 anos, o ator sempre lidou com ti-ti-tis inventados

Sol, piscina, sunga, uma equipe de oito pessoas ao redor e curiosos na janela. Henri Castelli não está nem aí. Parece muito à vontade em frente às lentes. Brinca com os cachorros que aparecem durante as fotos, nada, faz embaixadinhas e zomba da sugestão do fotógrafo de fotografá-lo nu, na piscina. Seu corpo torneado e bem distribuído no 1,84 metro de altura o deixa tranquilo. A câmera também não assusta, afinal, está acostumado com equipamentos bem mais imponentes nos estúdios de TV – onde já ficou absolutamente nu algumas vezes. O ensaio para a Tpm seria um passeio, não fosse o detalhe: depois do ensaio haveria uma entrevista.

De camiseta e boné, Henri já não está mais tão à vontade – ele não é muito de dar entrevistas. Geralmente, o que se ouve falar dele ou foi dito por outras pessoas ou “é mentira mesmo”. Mede as palavras e evita comentar histórias que já não sejam de conhecimento público. Cada vez que anoto uma palavra no bloquinho ele estica o olho e faz uma pausa na fala. Desisto das anotações. Pego um copo e me sirvo de cerveja – ele já tem um, e está cheio. Largo a caneta e miro seus imensos olhos verdes. Ele crava os olhos nos meus e, assim, num papo, fica um pouco mais confortável.

Um dia antes do ensaio, e nos dias que se seguiram a ele, a imprensa especializada em celebridades insistiu em dizer que Henri estava terminando o namoro com a atriz Fernanda Vasconcellos, sua namorada há três anos e meio. Ele garante que não e explica que durante um período recente a diferença de horários de trabalho atrapalhou os dois. Enquanto ele ensaiava uma peça à noite, ela gravava durante o dia. “Isso fez com que nos víssemos menos e, por estarmos saindo um sem o outro, disseram que estávamos nos separando, acho que é isso...”, tenta explicar. Ele não sabe muito o que nem por que estão dizendo isso e não se interessa em tentar descobrir. “Há 15 anos falam coisas de mim. Nos primeiros três me importava, ficava chateado. Depois passou”, diz. Pergunto sobre o fato de questionarem sua sexualidade – uma vez perguntaram para a modelo Isabeli Fontana, sua ex-mulher (com quem teve o filho, Lucas, 6 anos), se ele era homossexual. Henri levanta a sobrancelha: “Podem dizer o que quiserem, né? Cada um fala o que bem entende. Mas mostrar algo de concreto, ninguém nunca mostrou...”.

“Há 15 anos falam coisas de mim. Nos primeiros três me importava, ficava chateado. Depois passou. Cada um fala o que bem entende. Mas mostrar algo de concreto, ninguém nunca mostrou”
Ao longo dos anos, enquanto o povo fala, Henri contracena com atrizes como Fernanda Paes Leme, na peça Meu ex- imaginário, em cartaz em Niterói (RJ); Monique Alfradique, no seriado Na forma da lei (2010); Regina Duarte, na macrossérie O astro; e Milena Toscano, no folhetim Araguaia, ambos no ano passado. Seu próximo desafio profissional já está em curso. Ele vai estar no remake de Gabriela, possivelmente no papel do galante Rômulo Vieira, personagem do ator Marcos Paulo na primeira versão.

 

Quer dançar comigo?

Já mais relaxado com o papo, dá pra ver que Henri é um homem simples, um rapaz de São Bernardo do Campo (SP), que já foi office boy, funileiro, vendedor de loja e bartender. Aos 34 anos, não é afeito a frescuras, intelectualidades refinadas ou modismos. Fala da família, conta detalhes da sobrinha espoleta; de como a irmã, enfermeira, o ensinou a congelar papinha de bebê em potes unitários; da vontade que sempre teve de filhos, depois que o pai morreu de infarto, quando tinha 11 anos, e de como virou pai de todo mundo depois de Lucas nascer. Fala de seus cinco cães (Raul, Boris, Viva, Brahma e Kate) e de como curtia, adolescente, passar o dia em função do jogo de seu time (o São Paulo).

Uma das passagens intrigantes da vida de Henri são as festas de debutante. No começo da carreira, costumava ser contratado para dançar com as aniversariantes, tirar fotos e jantar ao lado delas. Ele franze a testa enquanto lembra de cenas peculiares e faz questão de reforçar que não foi o único a prestar-se a esse papel. “Até o Tony Ramos já fez isso”, diz. De fato parece bizarro – e ele divide essa opinião –, por isso parou quando os convites ainda eram frequentes. “Uma vez a menina não me deixou descer pra festa. Fiquei no camarim até a hora da dança, dancei com ela e tchau. Ela não queria que ninguém tirasse foto comigo. É virar muito objeto, né? Não é legal”, afirma.

E será que esse Henri pré-Globo também era cercado de mulheres bonitas? Ele garante que isso nunca foi uma preocupação. “É sério! Se você perguntar para os meus amigos, eles vão dizer que se tem cinco mulheres escolho sempre a mais feia. Acho o astral mais importante”, solta. Ainda no terreno feminino, ele conta que teve três namoradas sérias: uma é a ex-mulher, a outra, Fernanda Vasconcellos e a primeira,
que prefere não identificar, com quem ficou dois anos e se separou para ir morar no Rio de Janeiro. “Só considero namoro pra cima de seis meses. Mas isso não significa que não aconteçam relações rápidas e especiais”, esclarece. Para exemplificar, conta de uma mulher com quem teve um lance forte em dois momentos distintos. Ela chegou a engravidar, mas perdeu o bebê. “Mas nunca foi namorada.”

“Quando você ama a pessoa, na cama é sempre bom. Não precisa ganhar de 10 a 0 toda vez, né? Uma 0 também marca três pontos”

E como um namorador de longos período faz para manter a chama do sexo? Primeiro Henri fica vermelho, pigarreia e responde: “O sexo muda, fica diferente... Mas não acho que fique ruim com o tempo. Eu diria que tem fases. Quando você ama a pessoa, na cama é sempre bom. Não precisa ganhar de 10 a 0 toda vez, né? Um a 0 também marca três pontos”, diz, fazendo analogia com o futebol. Falando em metáforas futebolísticas, ele fica mais à vontade: “Tem épocas que você fica igual ao Barcelona, ganhando de 7 a 0 todo jogo. E outras em que fica igual ao São Paulo de agora, ganhando de 1 a 0 e de vez em quando só empatando. Tem vezes em que faz um gol de cabeça aos 46 do segundo tempo, aí é bom pra caramba! É sofrido e bom. Mas, se tem amor, a cama fica maravilhosa sempre”, diz.

A imprensa de fofoca segue martelando a tecla de que Henri e Fernanda estão se separando. Ele garante que não. Se estiver apenas curtindo uma crise de forma discreta – tem todo o direito e nossa compreensão –, pergunto o que ele mais gosta na mulher. Henri pensa, mexe no boné e diz que o importante é o conjunto harmônico. “Acho legal quando as medidas são proporcionais”, diz. Já quando a pergunta é do que não gosta, a resposta vem rápido: “Não gosto de mulher muito magra nem musculosa. Gosto de mulher mais natural”.

Créditos

PRODUÇÃO DE MODA CAMILA NUNEZ ASSISTENTE DE FOTO FERNANDO FUCHIGAMI PRODUÇÃO ANA LUIZA TOSCANO HENRI VESTE CALÇA SIBERIAN, SUNGA RICHARDS e CUECA LUPO

fechar