Elas só querem dançar...

por Renata Sagradi

O trio de DJs Woman and Woman and Woman surgiu por acaso e vem fazendo muita gente se jogar nas pistas

 
... e fazer os outros se divertirem. Seja ao som de Luiz Caldas, Secos e Molhados ou Amy Winehouse, o trio de DJs Woman and Woman and Woman, formado pelas amigas Rosana, Marina e Carol, surgiu por acaso e vem fazendo muita gente se jogar nas pistas

Músicas sem preconceito no repertório bem variado do trio de DJs Woman and Woman and Woman, que surgiu de uma noite divertida entre as amigas Rosana Rodini, 25, Marina Sasseron, 26, e Carol Nogueira, 25. Durante uma festinha de aniversário da Marina, em maio do ano passado, depois de litros de vinho e altas risadas, as três amigas resolveram sacar os iPods da bolsa e montar um set de brincadeira, sem a menor pretensão. “A gente ficou tomando uns drinks, se divertiu horrores e quando sobramos só nós três acabamos falando que éramos o WWW”, conta Carol. A primeira performance em público foi na festa de uma amiga delas, em um sítio, em outubro do mesmo ano. Desde então, já tocaram em festas badaladas em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, mas sem abandonar as profissões – Marina é estilista e atualmente assistente de Alexandre Herchcovitch, Rosana é jornalista e editora do site Ego, e Carol é fotógrafa do site da RG Vogue. “Como cada uma tem a sua carreira, a gente faz um esforcinho pra tocar quando rola o convite”, diz Carol. Elas ainda carregam um público fiel, com direito a groupies e tudo mais.

Para Marina, o diferencial está no fato de serem três mulheres e, principalmente, pela apresentação performática das meninas. “Cada vez que a gente toca, escolhe um estilo diferente, com uma peruca ou algo do tipo”, explica Rosana. Realmente, elas não dispensam figurinos elaborados especialmente para cada evento, sejam roupas e tatuagens falsas, no melhor estilo Amy Winehouse, ou flores no cabelo para o lançamento de uma marca de perfume, e acessórios para interagir com o público, como lousas e brinquedos que lançam papeizinhos coloridos. O primeiro look foi composto de chapéus antigos da avó de Carol, mas hoje contam com a colaboração do amigo e estilista Wilson Ranieri, que se empolga a cada apresentação do WWW. “Ele pira com a gente. Quando falamos que vamos tocar, ele já tem mil idéias”, se anima Carol.



Porém, quando Wilson não pode ajudar, é a estilista do grupo que acaba assumindo o papel de stylist e tem a palavra final na escolha dos acessórios. Rosana é quem tem mais intimidade com os pickups, afinal já discotecava ao lado do amigo Cláudio Silberberg, na dupla The Smagas, com um som mais electropunk. Ainda que ela seja quem tem mais técnica, Carol e Marina estão aprendendo e garantem que, na hora da escolha da música, as três palpitam igualmente. “Compramos os equipamentos e agora a gente treina aqui em casa, montamos sets para escolher músicas legais”, revela a jornalista do trio.

“A primeira festa que tocamos com cachê foi uma responsabilidade maior, mas seguramos as pontas e, quando uma fica nervosa, a outra faz palhaçada”, lembra Carol. Elas fazem suas performances com o maior prazer para os amigos, mas também são contratadas para tocar em festas de marcas famosas como Diesel e Cia. Marítima, além de se apresentarem com alguma freqüência em clubes de São Paulo, como o Glória e a D-Edge. O plano agora é produzir músicas próprias. Uma, aliás, já está sendo trabalhada em estúdio, faltando apenas inserir os vocais. “Queremos nos profissionalizar mais, caprichar mais nos looks, tem muitos projetos em andamento ainda”, conta Marina.



Nada blasé
“O que a gente gosta é de ver as pessoas dançando e se divertindo”, Marina se empolga, e também explica que o trio não quer lançar tendências, mas proporcionar um som que faça as pessoas quererem se jogar na pista de dança.

O set list acaba saindo bem variado. O WWW toca desde músicas breguinhas como Luiz Caldas e Ney Matogrosso, a novidades do cenário eletrônico, sem deixar hits de Amy Winehouse ou Madonna de fora. “Certeza que as pessoas ficam imaginando 'nossa, da onde elas tiraram isso?'”, ri Marina. Carol completa dizendo que o playlist tem muito a ver com o estado de espírito das garotas. “A gente monta um set bem pra cima, sem nos preocuparmos muito se as pessoas vão achar que é moderno e antenado ou cafona”, explica Rosana.

Mas o trio também erra na escolha da música e sente isso do público: “Quando a gente erra, mudamos logo, antes que o pessoal bodeie”, conta a estilista. Durante uma festa no Rio, o público já até pediu para as meninas abandonarem os pickups, mas elas se recuperaram e conseguiram animar a galera de novo.

Na noite paulistana, que anda cada vez mais eclética, o Woman and Woman and Woman é mais uma opção para quem quer dançar, cantar e se divertir sem preocupações quanto ao gênero musical. Mas Rosana se entrega: “O ruim de tocar a noite é ter que acordar cedo no dia seguinte”. É, ossos do ofício.

Vai lá: www.myspace.com/womanandwomanandwoman

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