O futuro é logo ali

Diana Assennato
Natasha Madov

por Diana Assennato
Natasha Madov
Tpm #157

Parece ficção científica, mas somos nós mesmos alguns anos pra frente. Como não amar?

O ecossistema do Vale do Silício é como um pequeno aquário em que peixes minúsculos e baleias enormes compartilham do jeito que dá. Ao longo da existência do Google, por exemplo, cardumes inteiros foram engolidos e fundidos à empresa. Dizem que um dos critérios para você ser comprado por eles é que o seu produto seja útil para toda a humanidade pelo menos duas vezes por dia, o que parece justo pensando em quanto eles pagaram pelo YouTube, Waze e Android. Mas você já ouviu falar da Calico ou do Project Loon? São iniciativas que estão olhando para o futuro utópico da ficção científica e tentando torná-lo realidade dentro do Google. A Calico busca a expansão da longevidade e a "cura da morte" a partir da biotecnologia, e o Project Loon é uma rede de balões viajantes que levam internet para espaços remotos do mundo usando sol e vento. Carros autodirigíveis, lentes de contato para diabéticos, drones que entregam pizza, casas (realmente) inteligentes: o Google investe pesado em projetos tão ambiciosos que parecem inverossímeis.

No mês passado a companhia anunciou que uma nova empresa passaria a comandar esse baile todo, a Alphabet. A ideia é deixar que o lado experimental saia da sombra do buscador e possa prosperar com mais autonomia (e é claro que ninguém achou ruim a exponencial valorização da empresa decorrente dessa mudança). Em uma entrevista recente ao site The Verge, o novo chefão da nova estrutura do Google, Sundar Pichai, disse que eles estão buscando empurrar os limites da tecnologia mesmo sem saber se elas terão aplicações viáveis de negócio. "Nós simplesmente queremos ver o que nos espera do outro lado", ele disse.

Turismo espacial
Às vezes, o outro lado nem está tão longe assim: o magnata e inventor Elon Musk é fundador da SpaceX (além do PayPal e da Tesla Motors), uma empresa privada que explora o espaço. De foguetes reutilizáveis a turismo espacial, Musk é ambicioso e tem planos de colonizar Marte levando um bando de humanos para lá por módicos US$ 500 mil cada um.

Meredith Perry é outra que não tem medo do futuro: está em busca de uma forma de transmitir energia sem cabos usando ultrassom. Quem viu o seu protótipo em ação o descreve como a coisa mais parecida com magia que já viu, "a ideia de um zilhão de dólares". O conceito ainda está longe de se tornar realidade e é complexo de implementar, mas não faltam investidores querendo ver o outro lado. Pois é, lembra quando fazer uma ligação internacional de graça (e com vídeo!) parecia ideia de Jornada nas estrelas? Pense que faz só pouco mais de dez anos que o Skype foi inventado e hoje a gente não lembra como era a vida sem ele. Pois é, we f*****g love science

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