Transformar 2013

por Luiz Filipe Tavares

Conferência sobre educação discute o uso da tecnologia na melhoria do ensino mundial

A educação em evolução. Esse foi o lema da edição 2013 do Transformar, que reuniu nesta quinta (4) um grande contingente de gestores, educadores, investidores, empreendedores e lideranças sociais envolvidos na agenda da melhoria da educação. O evento aconteceu na grande sala de conferências do hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, e contou com a ilustre presença do professor Anant Agarwal, presidente do edX, uma imensa plataforma de ensino à distância que trabalha com cursos das maiores universidades do mundo, incluindo Harvard, MIT e Stanford.

Além da presença do rockstar da educação à distância, o Transformar contou com a presença de José Ferreira (fundador e CEO da companhia de aprendizado adaptativo Knewton), Joel Rose (co-fundador da empresa de inovação educacional New Classroom), Melissa Agudelo e Nicole Hinostro (da High Tech High, maior escola tecnica pública americana), Brian Waniewsky (diretor da produtora de jogos educacionais Institute of Play), Dianne Tavenner (da Summit School), Seth Choenfeld (do veículo de investimento educacional iZone), a Secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, entre outros

Com tantos especialistas presentes,o evento propôs novos caminhos para a educação no Brasil e no mundo, mostrando casos de sucesso de educação a distância e de investimentos em tecnologia da educação, passando por experimentos com inteligência artificial, construção coletiva do conhecimento e outros caminhos ainda considerados alternativos no que diz respeito à aplicação de massa desses conceitos.

Em uma casca de noz: tecnologia

O foco dos debates foi o uso de tecnologia como ferramenta na evolução da educação. Como o próprio Agarwal comentou em sua palestra, praticamente nada mudou nas salas de aula de ensino superior nos últimos 60 anos, o que para o especialista, é uma vergonha com a qual os educadores precisam conviver. “O novo caminho para a educação passa pela mudança do que temos como paradigmas nas salas de aula”, cravou, referindo-se à ampliação dos serviços do edX.

“O edX foi construído para prover educação de qualidade ao redor do mundo ao mesmo tempo que foi projetado para mudar o ensino dentro de nossas classes e campi. Nós acreditamos que educação é um direito humano básico e todas as nossas decisões são baseadas nesse princípio”, refletiu o professor. “O edX é o acelerador de partículas do aprendizado. E assim como cavalos são livres, nossos dados e nosso código são abertos e livres para qualquer pessoa no mundo.”

A captação de dados sobre estudantes e qualidade de ensino também foram ponto central do debate e da conferência do professor Agarwal. Em seu keynote, ele demonstrou como o edX é capaz de descobrir quais as maiores fontes de consultas dos estudantes e como os padrões de estudo se repetem mesmo sem o auxílio direto de um professor como no método tradicional de ensino. Foi aí, que o palestrante mostrou qual o grande segredo por trás do sucesso do método edX. A resposta pode surpreender, mas é muito simples: vídeogames.

Passar de fase

“Gostamos de videogame porque o feedback nos jogos é automático. Você fracassa ou tem sucesso, mas não há dúvidas sobre seu desempenho. Existe pontução e contagem de vidas e você sabe instantaneamente o resultado de suas ações. É isso que tantamos fazer no edX para manter os alunos engajados”, comentou.

Elaborando melhor, o professor Agarwal continuou. “Games são grande parte do sucesso do edX. Muito da interface foi baseada na sensação que os gamers tem enquanto estão jogando: feedback automático, estrutura lúdica, noções de narrativa, etc... Isso para qualquer tipo de matéria, seja ela humana, exata, biológica ou técnica/tecnológica. Para isso, automatizamos o sistema de correções das atividades e chegamos a um algorítimo preciso na correção de qualquer tipo de exercício, seja ele matemático, dissertativo ou de múltipla escolha.”

O projeto do edX anda de mãos dadas com o que há de mais moderno na pesquisa de ensino. A correção automática faz com que alunos tentem, falhem e tentem novamente sem depender do tempo necessário para uma correção humana. Isso faz com que os alunos busquem por si as respostas no próprio fórum de usuários do site, onde professores e alunos podem responder perguntas de outros usuários.

O transformar 2013 foi um bom termômetro da evolução tecnológica que aos poucos está se instalando na educação. Para saber mais, acesse o site do evento.

A Trip #203, de setembro de 2011, trouxe um especial sobre educação com foco na modernização do ensino em escala mundial. Você pode ler a revista na íntegra aqui mesmo no nosso site

fechar