Balanço geral do Lollapalooza 2014

por Redação

Filas, transporte, alimentação; afinal, o que realmente existiu ou não existiu no festival?

A edição 2014 do festival Lollapalooza resolveu ser mais audaciosa e dobrou de tamanho. Sai o Jockey Clube e entra o Autódromo de Interlagos, mais longe do centro, mas prometendo fácil acesso de trem e ônibus. Analisando os comentários de Twitter, fotos do Instagram e posts no Facebook, encontramos um público dividido entre "gostei demais, o lugar é perfeito" e "#voltajockey, pelo amor de Deus".

Durante os dois dias, enfrentamos a maratona de shows e para não ter injustiça, listamos abaixo uma série de itens que existiram e não existiram durante o festival.

Transporte público 
Existiu nos dois dias. No sábado, os ingressos do festival esgotaram, a lotação foi máxima e quem resolveu voltar de trem  ou ónibus na hora do rush, quando terminou o último show do dia, enfrentou filas e falta de informação na hora de voltar para casa. Quem saiu mais cedo, conseguiu voltar tranquilamente.

Lição aprendida rapidamente: no domingo, a organização do evento colocou um pessoal informando e organizando a muvuca com megafones. Apesar do grande fluxo de pessoas na estação, foi tranquilo embarcar e voltar de trem a maior parte do tempo.  

Para ir, nos dois dias o esquema funcionou bem. 

Comes e bebes
Existiu, e existiu muito bem. Ao inventar o Chef Stage, organizado pelo pessoal do Chefs na Rua, o festival resolveu a vida de quem não comia carne (as opções vegetarianas não eram apenas pizza de muzzarela), de quem comia muita carne (Vinil Burguer e Buzina Food Truck empanturrando a galera) e até de quem queria uma opção mais sofisticada (tinha risoto de salmão e vinho branco a preços razoáveis).  

Palcos
Existiu bem, e agradeça a São Pedro pelos lindos dias de sol. O Autódromo é cheio de pequenos morros e a organização do festival soube usar isso muito bem. Os palcos ficavam na parte baixa, criando assim arquibancadas de grama natural. Dava pra assistir os shows tranquilamente, sentado na graminha. 

Distância entre palcos
Existiu, mas não foi de todo ruim. Quem se organizou bem antes do show e preparou seu roteiro, já foi preparado para perder alguns shows ou enfrentar a maratona de andar mais de um quilômetro entre os palcos mais distantes.

Filas
Existiu. No sábado, com a lotação máxima, havia fila para tudo: ir ao banheiro, comprar ficha, comprar comida, voltar de trem, voltar de ônibus, sair do ónibus, pegar cerveja e teve até fila para tentar sair de um palco para o outro. Andando rápido, é verdade, mas ainda assim, filas. No domingo, com cerca de 20 mil pessoas a menos que o primeiro dia, também existiam filas, mas era só dar uma caminhada que você encontrava banheiros, caixas e bares menos cheios. 

Bons shows
Existiu sim, e a distância entre os palcos e boas bandas tocando no mesmo horário não eram motivos para reclamar da organização do festival. E até ajudou. No domingo, quem optou por ver o show inteiro do Soundgarden, conseguiu ver boa parte do show do Arcade Fire, que não estava tão cheio porque boa parte correu para ver o New Order. Resultado: palcos cheios sim, mas não estavam abarrotados. O ponto fraco foi o sistema de som: quem optou por assistir o show sentado na grama, distante do palco, sofreu um pouco pois o som chegava abafado ou baixo.

Lolla no Sofá
Existiu. E foram muitos os que se gabaram na internet de estarem no conforto de suas casas assistindo todos os shows pela TV. A transmissão estava bem boa mesmo, passando em dois canais de televisão (Multishow e Canal Bis) ou então pelo próprio site do festival. Agora, quem esperava assistir o show do Muse, se deu mal. A banda não deixou passar o show. Dizem por aí que a culpa foi do vocalista, que perdeu a voz no Chile e usou playback no Brasil para dar um força na pouca voz que restou.

Marcas e marketing
Para o bem do festival e do público, os camarotes e áreas VIPs ficavam bem distantes dos palcos. Das diversas ações de marketing espalhadas pelo festival, destaque para as áreas de refresco com fumacinha de água (para minizar o calorão), a pista de patinação, o lounge com cerveja e a lojinha de vinil.

Existiu ou não existiu?

- Táxis: foi montado um esquema, mas não foi suficiente. Com sorte, se conseguia um via aplicativo. 

- Lixeiras: poucas e esparsas. O Autódromo ficou uma sujeira só.

- Bandas latino-americanas: teve sim, os mexicanos do Café Tacvba, a chilena Francisca Valenzuela e a banda argentina Illya Kuryaki & The Valderramas.

- #VaiterCopa: Ellie Goulding, Phoenix e New Order ostentando camisas da seleção brasileira e Arcade Fire prometendo fazer um show com todos vestidos de amarelinha caso o Brasil ganhe a Copa. Fora isso teve bandeira do Brasil nos palcos do Supla, Vampire Weekend, Imagine Dragons...

- #NãovaiterCopa: Apanhador Só e Selvagens à Procura de Lei relembraram as manifestações de 2013. 

- Selfies: ô se existiu. Mas só foram publicadas quando a galera voltou pra casa e usou o wi-fi.

- 3G: esse não existe em festival faz é tempo. É só reunir uma galera no mesmo lugar que o sinal cai. Mas nós viemos aqui pra ouvir música ou pra tuitar?

 

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