Fora dos padrões

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por Redação

Neste inverno seguimos afetados pelo novo padrão global do clima: o de não ter padrão

 

Buenas!

Inverno, duro inverno. Neste primeiro mês da estação vivemos de extremos e seguimos afetados pelo novo padrão global do clima: o de não ter padrão. Desta forma, as chamadas tendências da estação dão lugar aos pequenos ciclos, e é justamente neles que estamos de olho. Infelizmente, a bola da vez é a bolha da vez, e ela deve continuar ditando o ritmo por mais um tempo nesta fase travada do Atlântico Sul, mais truncada que a defesa da seleção paraguaia.

Ao contrário do que alguns poderiam imaginar, a frente fria que chega agora em nossa região não terá muito poder de fogo em relação ao surf, ao mesmo tempo em que a piora no tempo deve ser breve. Originada em um "quase ciclone", o sistema que a traz é pequeno, inconsistente e o potencial de produção de ondas é limitado, rápido e de qualidade duvidosa.

O surf no FDS deve ficar mais uma vez na base do meio metro de sul virando para leste sudeste (sábado de manhã será o maior momento, cerca de 1 metrinho) e crescentes ventos virando de sudeste para leste. O mar não estará colado, mas a qualidade as valinhas está ameaçada por diversos fatores, exigindo sorte e atenção para pontuar momentos um mais interessantes. Mesmo sem ser exatamente o cenário ideal, os picos de sul levam vantagem, sendo a melhor pedida. Ainda assim, se tivéssemos que escolher entre este FDS e o próximo, colocaríamos nossas fichas no outro, pois nesse a expectativa geral é mais para meia-boca que qualquer outra coisa.

O tempo segue a mesma batida, com queda de temperatura, céus predominantemente encobertos e risco de chuva leve em ambos os dias (maior no sábado). Há espaço para algumas "surpresas", como possíveis aberturas e até momentos de sol (maior chance no domingo). Segue esfriando um pouco mais, mas a nova queda de temperatura não vai chegar nem perto da brutal friaca do início do mês, e a recuperação nos termômetros deverá ocorrer de forma gradativa já a partir de domingo.

No longo prazo, a bola de cristal está bem mais animada e tudo indica que após uma semana lestada, estão aumentando as chances de termos um swell mais considerável, de sul, tendo como data estimada de sua chegada a 6ª e podendo/devendo se estender pelo FDS. Nossa sorte pode virar e há possibilidade de mais a caminho.

Vamos ao detalhes, hoje o teclado foi judiado!

 

Índice

1 - Breve Retrospecto

2 - Resumo LD

3 - Tábua de Marés

4 - Análise do Atlântico Sul e prévia da semana

6 - J-Bay PRO: Entre a cruz e a espada

7 - Liquid Link: FIJI on FIRE

  

1 - Breve Retrospecto

A semana foi marcada pelo tempo oscilando quase que diariamente, começando pela antecipação do vento sul no último domingo, o que acabou fechando o tempo antes do previsto. Abriu ao longo da 2ª, fechou na 3ª e voltou a abrir na 4ª e 5ª, quando tivemos as temperaturas máximas.

Quanto às ondas, ainda no fim de tarde de 2ª tivemos algumas valinhas, mas o destaque foi o "balanço" de 3ª, que acabou sendo mais intenso que o suposto "swell n.3" de 5ª, e as ondas chegaram a 1 metrão, quase 1,5m, e formação regular. Entre 3ª e a manhã de hoje tivemos alguns momentos interessantes, mas nada imperdível. Aliás, essa característica negativa do inverno - a redução de swells entrando limpos - continua valendo e segue exigindo mais perspicácia do surfista, o que, aliada às condições gerais menos convidativas do clima, acaba sendo de certa forma compensada pela nítida redução no fator crowd. De maneira geral, há maior disponibilidade de ondas e menos de qualidade, mas pouco valerá a queda se você não pegar nenhuma boa. Eis o dilema.

  

2 - Resumo LD 

LIQUID DREAMS

Condições predominantes para o litoral de São Paulo

Dia

Tempo

Ventos     

Ondas

Direção e Período

Tendência

 

 

 

 

 

 

SAB

Deve ser complicado, e a queda de temperatura é certa. Encoberto e com risco de chuva fina e persistente

Sudeste fraco a moderado, virando para leste ao longo do dia e devendo ser mais ameno no fim de tarde

Meio a um metro de sul pela manhã, baixando

Sul/ sudoeste

Perde pressão ao longo do dia

23

7s

jul

primário

  

 

  

  

 

Sul

 

10s

 

fraco, mas ativo

  

O sábado deve trazer um novo pulso de sul/sudoeste (ondas de vento de baixa intensidade e período) que se mescla com o já enfraquecido swellzinho anterior de sul. O maior momento deve ocorrer na primeira metade do dia, com cerca de meio metro a um metro nos preferenciais de sul. Como o novo balanço vem com uma dose de sudoeste, muitos picos de sudeste que até recebem razoavelmente bem ondas de sul podem quebrar bem menores. Ao longo do dia a tendência é declinante, e as variações de maré estarão pequenas, não permitindo a expectativa de ganhos significativos nas trocas. Os ventos, que vêm se mostrando instáveis quanto a intensidade, devem ficar entre fracos a moderados, de sudeste virando para leste. De maneira geral a indicação para o banho fica por conta da manhã, que estará com um pouco mais de pressão (ápice do FDS) e pode contar com um momento mais ameno do vento. Saia da toca e vá cedo, pois se o sudeste apertar a tendência é piorar a formação em todos os picos.

Os picos de sul levam vantagem pela direção das ondas e também pela perspectiva do vento leste que deve entrar ao longo do dia, fazendo do fim de tarde um momento um pouco menor, mas possivelmente bacana para uma brincadeira. Nos picos de leste a situação não é favorável, merrecado e com maral. Quanto ao tempo, aquela maravilha: frio, fechado e com risco de chuva.

 

 

 

 

 

 

DOM

Tende a apresentar ligeira melhora em relação ao sáb, devendo ficar parcialmente encoberto com algumas aberturas. A probabilidade chuva é bem menor, mas não está descartada. Temperaturas máximas um pouco mais elevadas, mas ainda frio

Moderado a forte de leste/NE. O fim de tarde deve apresentar os momentos mais acelerados

Meio metrinho de sudeste, virando para leste

 

Perde pressão e gira gradativamente para leste

24

Leste

jul

6s

  

primário

  

  

  

Sul

  

7s

  

bem fraquinho

 

 

Destaques

O domingão indica ligeira melhora no tempo e enfraquecimento das ondas. As influências de sul perdem força e o início da lestada começa a produzir algumas ondinhas de leste, tudo com período baixo. Não dá pra esperar muito coisa e há inclusive um cheiro de flat/ força-barra no ar, uma vez que a reação indicada em algumas fontes de leste, costuma levar um tempo para se concretizar pois sua origem é anticiclônica. Na prática, deveremos ter cerca de meio metrinho de leste/sudeste, cada vez mais lestado. Os ventos prometem soprar com vontade (leste/NE), e por isso os picos de sul teoricamente levariam vantagem, se houverem ondas. Situação difícil, pois onde tende a reagir (picos de leste/ sudeste), o maral vai rasgar, e nos de sul (onde muitos terão terral), as valinha tendem a minguar. Resta torcer para que a melhora no tempo se consolide, mas ainda assim deve ficar frio. Melhor ter um plano B ou C na manga.

 

 

 

 

 

 

SEQUÊNCIA:

Sobe de leste ao longo da semana. Possibilidade do swell n.4 para o fim da semana

Veja análise abaixo

    

 

3 - Tábua de Marés de São Sebastião:

Lua

Minguante

 

 

 

 

 

SÁB

23/07/2011

 

DOM

24/07/2011

02:13

0.5

 

03:13

0.5

08:38

0.8

 

10:08

0.9

14:09

0.5

 

15:19

0.5

18:28

0.8

 

21:43

0.8

 

 

 

 

 

Sunrise

06:43

  

Primeira luz

6:12h

Sunset

17:31h

 

Última luz

17:51h

 

 

 

 

 

Temperatura média da água

21 graus

 

4 - Análise do Atlântico Sul e prévia da semana

O sistema que está trazendo o balanço de sul do sábado, localizado na costa catarinense, já está se dissipando e um novo centro de alta pressão volta a dominar a cena já a partir de amanhã. Com isso, deveremos a formação de um anticiclone de pequeno/médio porte, que será responsável tanto pela atípica lestada de inverno quanto pela subida nas ondas, de leste, ao longo da semana. Um efeito benéfico deste sistema deverá ser o predomínio de sol durante a semana.

Este tipo de ondulação costuma ir subindo gradativamente (ao contrário das subidas mais abruptas geradas por ciclones) e o ápice demora alguns dias até chegar. O ponto importante é que os ventos que geram as ondas são os mesmo que atingem nosso litoral, e por isso os melhores momentos do surf devem ocorrer quando eles amenizarem, o que parece ocorrer a partir de 3ª.

Sendo assim, a 2ª deve apresentar-se já totalmente virada de leste, com cerca de meio a um metro ao longo do dia e qualidade ainda comprometida em função da lesta que deve continuar intensa. Sol.

A 3ª merece atenção, pois os ventos parecem aliviar, podendo render meio a 1m um pouco mais razoável. Vale ficar atento aos picos de leste desde cedo, pois quando o vento abrandar as ondas também entram em declínio.

Na 4ª as ondas baixam ao longo do dia, mas ainda rola um surf com ao menos meio metro e qualidade regular a boa, especialmente pela manhã.

Na 5ª as ondas de leste seguem na área e há possibilidade de termos novidades de sul nesta tarde.

 

Enquanto isso...

O que nos deixa mais otimistas para o longo prazo é a indicação da provável formação de um ciclone de grande porte e potência entre as Malvinas e o Chuí (RS) nesta 3ª, apresentando potencial para a produção de um swell mais intenso nas regiões sul e sudeste. A sinalização é que ele tenha um rápido deslocamento para o meio do oceano, e isso se traduziria em um swell mais curto, mas com mais chances de entrar limpo. Indo um pouco além, visualizamos um cenário positivo para termos mais um swell, pois por volta da 6ª há possibilidade de outro ciclone mais ao sul. Bom sinal, mas nada confirmado por enquanto. 

Seguindo as leituras, o que podemos acreditar, por enquanto é que os primeiros sinais destas movimentações venham já na 6ª. O ápice, com momento ainda incerto, apresenta potencial para passar fácil de um metrão e poderia até trazer um High Surf Advisory (2m ou mais) se a tempestade se intensificar um pouco mais. O período pode passar de 12s. Supostamente, essas ondas encostariam sem vento devido a sinalização do outro ciclone mais ao sul. De uma forma ou de outra, o outro FDS parece trazer surf de verdade. Seguimos de olho!

  

5 - J-Bay PRO: Entre a cruz e a espada

Conforme havíamos destacado no último LD, a direção de prova do evento não teria vida fácil na chamada dos dias de competição. Dentro do esperado, não tivemos nenhum swell ideal para J-Bay, mesmo estando na época mais propícia para isso acontecesse.

Hoje tivemos um recorde de 8 adiamentos (para ver se reagia ou não) até que fosse enfim decretado mais um DAY OFF. Faltando rodar o 4º e 5º rounds, as quartas, as semi e as finais - e apenas dois dias restantes para encerrar o período de espera - os tops vão pra água amanhã de qualquer maneira.

A expectativa de que o sábado seria o maior dia deve se confirmar e as ondas devem quebrar por volta de 1 metrão a 1,5m com possíveis séries maiores. Vento maral fraco pela manhã, acelerando um pouco ao longo do dia.

As finais terão que rolar no domingo e as ondas deverão estar na casa de 1m/ 1 metrão e o principal problema é que o maral vai apertar ainda mais, preocupando bastante quanto aos seus maléficos efeitos sobre as ondas. Mas não vai ter jeito, vai ter que ser com chuva e onshore mesmo.

Brasileiros no Round 4:


4ª bateria: Heitor Alves x Adrian Buchan
2ª Bateria : Jadson Andre x Damien Hobgood
10ª bateria: Infelizmente Adriano, que defende a liderança, enfrenta Alejo Muniz

 

Boa sorte aos nossos representantes!

 

6 - Liquid Link de hoje: FIJI on FIRE

Outro fato que desviou boa parte das atenções nesta semana foi a desistência de Slater (além de Bobby Martinez) para curtir o tão falado super swell em Fiji. Para entender seus motivos, encontramos este curta metragem:

 

 

 

Pacific Pirates from Billabong on Vimeo.

 

 

Valeu, amigos.  Por enquanto é isso. Boas ondas a todos, voltamos a qualquer momento!

Liquid Dreams
www.ldsurf.com.br 
Twitter LD >>> @liquidsurf

O pessimista se queixa do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas

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