Criadores da estética robótica da música eletrônica, os alemães do Kraftwerk ganham biografia em português

Produções eletrônicas e timbres sintéticos hoje são o padrão da música pop em todo o mundo, mas uma banda sem instrumentos tradicionais era uma ideia revolucionária — até utópica — quando o Kraftwerk passou a se apresentar assim, na década de 1970.

Deu certo: a influência do Kraftwerk é enorme, sentida até hoje em diversos gêneros da música popular.

A importância da banda alemã é ressaltada pela biografia Kraftwerk: Publikation (Seoman), de David Buckley, que chega agora ao Brasil e conta detalhes históricos e dos bastidores do grupo, que é bastante reservado. Embora não tenha entrevistado os fundadores Ralf Hütter e Florian Schneider, Buckley conversou com ex-membros, incluindo Karl Bartos e Wolfgang Flür, que estiveram na primeira formação do grupo em versão eletrônica (nos primeiros discos, a sonoridade do Kraftwerk era mais orgânica, com instrumentos tradicionais). 

Bartos, que esteve 15 anos na banda, afirmou que este é o primeiro trabalho sério sobre o Kraftwerk. Buckley também analisa o contexto em que o grupo surge, na Alemanha Ocidental do pós-guerra, quando os jovens alemães buscavam criar referências artísticas próprias — outras bandas da época, do que foi chamado pela imprensa britânica de krautrock, incluem nomes como Can, Neu! e Faust. 

A edição brasileira tem texto de apresentação do jornalista e DJ Camilo Rocha, especialista em cultura eletrônica, e prefácio do músico e produtor Paulo Beto. O livro conta também com uma discografia selecionada da banda e um guia para suas 20 músicas essenciais. 

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