por Redação

Autor de ”Big Jato” fala sobre fama de comedor: ”boato a favor não se desmente”

Xico Sá está para a mente feminina assim como a sonda Curiosity está para Marte e o Colisor de Hádrons está para o Bóson de Higgs. E se o segredo das mulheres permanece um mistério inexpugnável, ele é o nosso grande Sherlock Holmes. Cearense do Crato, ele caçou muito tatu e vendeu muito passarinho antes de se formar em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco.

Começou a carreira no Tabloide Esportivo de Recife, mas logo foi abduzido pelo caderno policial e posteriormente pela cobertura política. Escreveu para os principais veículos de comunicação brasileiros, ganhou diversos prêmios jornalísticos, inclusive o prêmio Esso, e ficou famoso por seus furos de reportagem, principalmente no caso PC Farias. Atualmente, além de escrever colunas para diversos jornais, entre eles a Folha de S. Paulo e o Diário de Pernambuco, ele também compõe o sofá do Saia Justa, do canal GNT, e participou da bancada da mais recente temporada do programa da Rede Globo, Amor e Sexo.

O papo desta semana aqui no Trip FM é com o nosso querido amigo Francisco Reginaldo de Sá Menezes, mais conhecido como Xico Sá, que além da atuação no jornalismo e na televisão ainda encontra tempo para manter uma fértil e brilhante carreira como escritor, sendo que ele acaba de lançar pela Companhia das Letras sua mais recente obra, Big Jato, que marca sua estreia como romancista em língua portuguesa.

"Big Jato pra mim foi uma coisa inédita na qual eu sou um cabaço geral. É um romance autobiográfico que dá conta das minhas aventuras infantis até a chegada ao Recife, pra onde me mudei quando tinha 17 anos", explicou o autor. "É o universo que eu vivi, no Cariri, com toda aquela loucura religiosa que deu até no apelido "A Mecca do Cariri". O livro se passa em 1974, que é um momento muito especial no Brasil, quando houve migrações em massa por todo o país. Então é uma história de todo mundo que teve que ganhar a vida fora do seu lugar de nascimento."

 

"Eu era muito tímido. Era o típico guri do interior que se esconde quando chega visita em casa"

 

Xico também comentou como a presença na TV mudou sua rotina. Depois de anos nos bastidores, escrevendo sem mostrar o rosto, o jornalista teve que se habituar com as câmeras em uma experiência que começou anos atrás em um tradicional programa esportivo da televisão paulista.

"Eu era muito tímido. Era o típico guri do interior que se esconde quando chega visita em casa. Sempre vivi escrevendo escondido, então botar a cara na TV foi uma coisa muito difícil pra mim", comentou Xico. "Tive sorte de começar na TV lá na Cultura, no Cartão Verde, onde pude trabalhar com o Sócrates, o Vítor Birner e com o Vlad Lemos. Foi esse programa que me ajudou a quebrar essa timidez. Mas é ainda uma coisa estranha pra mim aparecer assim."

 

"Esse negócio de que eu sou o comedor é a maior lenda. Mas como é a meu favor, então eu deixo. Boato a favor não se desmente"

 

A exposição cada vez maior fez crescer também a mística em torno de Xico Sá, que acabou "perseguido" por uma fama de pegador que, segundo o próprio, não passa de hype. Mas como em time que está ganhando não se mexe, ele deixa rolar.

"Esse negócio de que eu sou o comedor é a maior lenda. Mas como é a meu favor, então eu deixo.Boato a favor não se desmente", ele brinca arrancando gargalhadas no estúdio. "Como eu sou prejudicado pela natureza - um cara meio mal diagramado, como eu sempre digo - quando me vêem com uma mulher bonita pra cacete, aquilo vira notícia. Porque é espantoso. Mas é só isso. O resto é pura lenda."

O Trip FM vai ao ar na grande São Paulo às sextas às 20h, com reprise às terças às 23h pela Rádio Eldorado Brasil 3000, 107,3MHz

fechar