De volta para o futuro

por Redação

Os Mutantes voltam em edição dupla com raridades e sucessos da carreira

por Ricardo Moreno

Sem fazer shows desde 1973, Os Mutantes voltaram a fazer barulho em 22 de maio deste ano, quando promoveram um retorno triunfal num concorrido espetáculo no Barbican Hall, em Londres. Zélia Duncan encarregou-se de substituir a velha (no bom sentido) Rita Lee. Ademais, continuam lá Sérgio Dias Baptista (voz e guitarra) e Arnaldo Baptista (teclados). Ronaldo Leme responde pela bateria. Na semana passada, o badalado crítico musical do jornal The New York Times , Jon Pareles, elogiou o que viu no Webster Hall, em Nova York. “Eles ainda soam exatamente como o rock vintage dos anos 60”, disse.

Eis que, na esteira desse revival, a gravadora Universal lança na semana que vêm um álbum duplo batizado De Volta ao Planeta dos Mutantes. Luxuosa, a edição coloridíssima e de acabamento fino reúne 28 gravações originais da banda paulistana. Há raridades. É o caso de “Glória ao Rei dos Confins do Além”, até então inédita em CD. Mas a psicodelia pulsante, a influência de “Yellow Submarine” dos Beatles e o tropicalismo nada xenófobo do trio podem ser (re)visitados em arranjos muitas vezes diferentes dos originais. Não ficaram de fora alguns de seus maiores clássicos, caso de “Panis et Circenses”, “A e o Z” e “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”. Há ainda uma deliciosa versão em inglês de “Baby”, de Caetano Veloso. Trata-se da prova cabal de que Bebel Gilberto ainda precisa tomar muita papinha alucinógena para fazer alguma coisa que preste.

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