por Autumn Sonnichsen
Trip #226

Uma professora de ioga nua na fazenda

Pouquíssimos homens haviam visto a bela imagem da reservada Carol Vecchi nua – até agora. depois de superar perdas e tormentas da vida, ela quer mais é chegar chegando

Desde que sou colaboradora da Trip, já há uns seis anos, tenho pensado na imagem da Trip Girl perfeita. A gente passa muito tempo conversando sobre essa mulher ideal e o que ela representa. O que ela faz quando acorda, quem namora, se tem coleção de discos, se prefere cachoeira ou mar, se tem aquelas tatuagens ruins que a gente faz aos 18 anos...

Na real, as moças que passam pelas páginas da Trip são muitas e variadas. Onze edições por ano, durante mais de 25 anos, é uma bela coleção. Tem de todas as idades, tatuadas, roqueiras, mais hippies, de vez em quando algumas gringas... Mas todas elas têm que ter algo indefinível em comum. Vira e mexe, aparece uma daquelas meninas- mulheres tão elogiadas por Jorge Ben, que incorporam em todos os ângulos o que representa estar nestas páginas.

Quando você menos procura, você vê que, HOLY SHIT!, ela existe. E não só existe como aparece na redação de legging e sorridente, dizendo que namora a Trip desde adolescente, quando roubava as revistas do pai surfista. Pouco tempo depois, lá está ela diante de você numa fazenda em Minas Gerais, tirando a blusa e montando em um cavalo branco no final da tarde, com aquele restinho de sol fazendo carinho em seu corpo. Ou tomando chá naquela luz fraca e dourada das seis da manhã, se alongando na sombra do coqueiro, contando histórias de quando morava na Austrália na juventude.

A paulistana Carol Vecchi tem 29 anos. É uma menina de beleza pura, cabelos compridos e pele firme. Nas tardes de quinta-feira, gosta de colocar a prancha no carro e descer a estrada para Ubatuba. Curte também andar a cavalo. E oferecer seu olhar tímido e o sorriso aberto a quem for, apesar das tristezas e perdas que viveu, e que divide com os outros aos poucos, sem medo.

Ioga para cegos

Aquele sonho da mulher brasileira que vendem para os gringos é de verdade. E a Carol é uma das mulheres mais de verdade que já conheci. A marca de biquíni é tão bem definida que mesmo nua no quarto ela parece ainda estar na praia. As mexas loiras no cabelo são do sol e do mar, e não do salão. E, depois de fazer seu primeiro ensaio sensual, de mostrar o corpo para todo o mundo, o que ela estranhou foi... ver sua mão feita nas fotos (ela quase nunca faz as unhas).

Ela vai trabalhar no departamento de marketing de uma empresa de telefonia vestindo terno e camisa, mas tira logo os sapatos e fica descalça na mesa. Nas tardes vagas, dá aula de ioga para deficientes visuais e abre as pernas de ponta-cabeça com a mesma leveza que eu e você colocamos um café na nossa xícara preferida pela manhã. Me pergunto como deve ser um cego fazendo aula de ioga com a Carol – a gente sempre se apaixona pelas nossas professoras de ioga, né?

São poucos os homens que viram Carol nua e que encostaram nesta pele de ouro. Mas ela decidiu que agora é o seu momento, que será bom para ela se abrir para o mundo. Este ensaio que você está vendo, apesar de ser perfeito e incorporar todas as mulheres em um, é dela. Só dela. Foi ela quem foi atrás dele, quem abriu a porta para vocês olharem bem de pertinho. Chegou o momento desta moça cheia de graça e de encantos incontáveis que a gente adora tentar contar.

 
Créditos

Coordenação Geral: Adriana Verani Styling: Gaia Prado Assistente: Irene Contreiras Make&Hair: Christian Mourelhe Assistente de foto: Josu Agradecimentos: Calvin Klein, Cavage, Eskala, Quintess, Tulli, Valisère

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