Tpm

por Tania Menai

Todo mundo sabe que o som de Manhattan é de sirenes. Vivemos num cenário hollywoodiano (cuja cena derradeira do filme é impreterivelmente e “criativamente” a presença de policiais e bombeiros). Mas o bom de tudo isso são os próprios, os bombeiros.
Sem querer dar uma de Luma de Oliveira, não dá para passar por um corpo de bombeiros e não dar uma espiada nos... bem, corpos dos bombeiros. Os caras são celebridades, especialmente depois da morte de 343 deles no dia 11 de setembro de 2001. As portas das garagens ficam sempre abertas, o que é um convite aos passantes; pode reparar, sempre há turistas tirando fotos. A maior parte, claro, meninas abraçadinhas aos brutamontes, sempre simpáticos. No meio de uma madrugada, vi uma vestindo a roupa de um deles; quer dizer, ele vestindo a garota, enquanto as amigas tiravam foto. Até eu fui lá fotografar.

O pior é que eles sabem que são bons, bonitos e outras coisas mais. Chegam nos incêndios heroicamente (e sempre profissionalmente) e ainda ficam irritados quando não há caos. Outro dia, numa festa da joalheria H. Stern da Quinta Avenida, um sujeito chamou o bombeiro de “brincadeira” (o que poderia até ser considerado crime) e os caras apareceram em segundos. A gerente de marketing disse a eles que não tinha fumaça, mas que a festa estava “on fire”. Ainda assim, é obrigação deles revistar o sótão. E lá foram as beldades, vestidos a caráter, em meio a diamantes, champagnes e saltos altos. Só mesmo eles para fazer a mulherada desgrudar os olhos das esmeraldas; muitas, na esperança de ter algum deles apagando seus fogos.
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