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por Alexandre Potascheff

Com a palavra, o homem que foi um dos mais respeitados ídolos do futebol

No último domingo, dia 4 de dezembro, o mundo perdeu uma grande figura do esporte. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira tinha nome de rei, mas era mais conhecido como o Doutor, PHd em futebol e mestre do passe de calcanhar, com duas Copas do Mundo no currículo e uma dezena de anos de história vestindo a camisa do Corinthians. Foi com a alvinegra que o Magrão fez história, presidindo a chamada Democracia Corinthiana, um momento histórico do esporte bretão que refletia o sentimento de libertação que preenchia o Brasil nos últimos anos de Ditadura Militar.

O Magro, formado em Medicina na cidade de Ribeirão Preto, depois tornou-se comentarista, passando por grandes programas da televisão brasileira. Sócrates nos deixou ainda jovem, aos 54 anos de idade, depois de diversos problemas relacionados ao abuso de álcool. O Doutor morreu como desejava, em um domingo, com seu Corinthians sagrando-se campeão. Em 2008, ele concedeu uma longa entrevista no Trip Fm, que você ouve ao lado. No programa, ele falou sobre a vida dos jogadores do Brasil,  a mística do futebol e as paixões que mexiam com seu coração fora dos gramados.

“Não sei dizer se alguma coisa mudou minha vida, pois não conheço o outro lado. Mas acho que muitas coisa mudaram minha vida, na verdade todo tipo de aprendizado muda sua vida, se fosse citar um livro seria Cem anos de solidão do Gabriel García Marquez, música: Beatles e Chico Buarque de uma forma geral; política: Che Guevara e Fidel Castro, e o amor; o amor é o que mais muda a nossa vida pois é ele que nos nos oferece a possibilidade de chegar a felicidade."

"Na verdade, o futebol se tornou um grande negócio. É uma coisa que gera muita riqueza", continuou o Doutor. "O interessante é que, o futebol, talvez seja a única atividade humana em que o empregado, que é o jogador, tem mais poder que o patrão. Isso porque ele se comunica direto com o público dele, já que trabalha em uma atividade imensamente popular."

Com a simplicidade que sempre manteve, mesmo depois do estrelato como jogador e uma passagem pela Europa, o ídolo maior da torcida corinthiana faz questão de se identificar com o apelido que o acompanha desde menino.

"Magrão é um nome que eu exijo de quem eu me relaciono e está muito mais próximo", ele ri com aquele sorriso característico que sempre o acompanhou em sua trajetória no futebol e na vida. "Afinal, Sócrates é muito formal. Magrão é o meu estilo de vida."  

 

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