Especial músicos 2011

por Luiz Filipe Tavares

Melhores momentos das entrevistas com Lenine, Lobão, Toni Tornado, BiD e Miranda Kassin

Na semana em que se comemorou o Dia do Músico, o Trip FM chega em edição especial. Nessa sexta vamos relembrar os melhores momentos das entrevistas com músicos que fizemos durante todo o ano de 2011, com programação musical especial de nossos convidados e trechos das conversas de Lenine, Lobão, Toni Tornado, BiD, Miranda Kassin e André Frateschi e até do DJ Zé Pedro com nosso editor e apresentador Paulo Lima. 

Entre os destaques do programa está a declaração do pernambucano Lenine sobre seu modus operandi musical. O cantor, que nunca se encaixou em nenhum grupo ou rótulo da MPB, usou e abusou das analogias para explicar porquê sempre lutou para fazer o diferente.

"Isso foi a vida que me ensinou, essa coisa de ser meio camaleão... Em terra de sapos, de cócoras com eles. E aí você vai ficando meio casca grossa, vai ficando com orelha de morcego. Vai ficando cada vez mais atento às coisas. E claro que sua carreira vai seguindo esse tipo de preocupação que você tem. Houve uma estranheza desde sempre que permeou minha vida", explica. "Bicho, eu nunca quis fazer um puta sucesso. O que eu queria era fazer diferente. Eu não me contento em fazer o que já fizeram. Como a gente disse antes: não existe ineditismo que resista a uma boa pesquisa bibliográfica."  

O sempre polêmico Lobão também está entre os melhores momentos, comentando um fenômeno social que tem acontecido no Brasil nos últimos anos. Para explicar, ele cita o comediante Rafinha Bastos, que cunhou uma expressão bem direta para resumir o momento de ditadura do politicamente correto pelo qual passa toda a população brasileira. 

"Eu digo a mesma coisa que o Rafinha Bastos, que criou uma frase perfeita: 'a Lucianohuckização do Brasil'. Essa é uma das maneiras mais violentas de você ser higienizado. Então você vê as pessoas com medo de arriscar e fazendo toda uma imagem polida que é falsa, que é toda Teletubbie... Hoje você tem um padrão que as pessoas são aduladoras, que não querem fazer marola, que não querem mudar o status quo de nada. É meio sangue de barata, né? Então eu que não tenho sangue de barata fico pra morrer."

Um dos DJs mais famosos do Brasil, Zé Pedro, também deu as caras em nossos estúdios nesse ano. Em uma divertida entrevista, ele brincou com a profissão de disc-jóquei e deu seu parecer sobre a avalanche de celebridades que "atacam de DJ" na noite das grandes metrópoles. 

"A música de pista, dos clubes, estava muito chata. A música eletrônica foi legal quando ela apareceu. Depois ficou uma chatice porque os DJs começaram a se sentir professores. Era um tal de dar aula na pista de dança que ninguém aguentava", detonou Zé Pedro. "Depois que as pessoas que não são DJs começaram a ser chamadas pra alegrar a pista, o negócio deu certo. Com isso, voltou a democracia musical. Então o bailinho do Rodrigo Pena e os DJs cabeça podem até ter preconceito, mas aquilo ali é o que a gente quer!"  

O Trip Fm vai ao ar na grande São Paulo às sextas às 20h, com reprise às terças às 23h pela Rádio Eldorado Brasil 3000, 107,3MHz

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